Como a tecnologia está revolucionando o setor bancário brasileiro

Um caso de sucesso recente é o Nubank, ocartão de crédito totalmente digital que começou a operar no país há poucos meses e caiu nas graças dos consumidores por fornecer uma solução prática, desburocratizada e com uma política de preços convidativa - afinal, não há anuidade e os juros do Nubank são baixos, se comparados com os concorrentes.
Outra iniciativa que está prestes a estrear pode balançar ainda mais o mercado. É o Banco Original, que, assim como no caso do Nubank, oferece tudo o que seus concorrentes oferecem, mas com o destaque de fazer isso exclusivamente por meios digitais. Diferentemente do Nubank, entretanto, o Original não começará pequeno, porque ele vem de uma companhia gigantesca, o grupo J&S, que também é dono do frigorífico JBS (da Friboi); e conta com comandantes de peso, como Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, e Flavio Dias Fonseca da Silva, fundador do Walmart.com no Brasil.
Flavio esteve no Ciab 2015 nesta quarta-feira, 17, onde usou de experiências pessoais (algumas de senso comum) para explicar por que aposta no sucesso da iniciativa: “Eu odeio pisar em agência”, resumiu. No Walmart, o executivo que hoje é diretor-executivo do Original viu o mercado varejista perder o domínio que exercia sobre os clientes, que -como já dito aqui Tecnoapp - agora também causam dor de cabeça para os bancos. Flavio migrou para um setor recém-mergulhado numa transformação pesada que possivelmente não será encabeçada pelos players tradicionais, que tentam a todo custo se adaptar.
“Alguns tiveram que queimar etapas”, afirmou Alessandro Rosa, vice-presidente e managing partner da IBM. Ele ressaltou que nem sempre é preciso repensar toda a estratégia do banco, bastando adaptá-la - “é como consertar um avião em pleno voo” -, mas as grandes instituições enfrentam dificuldade em fazer isso justamente por causa do seu tamanho. “Bancos agora concorrem com empresas que não são bancos”, lembrou, em relação a marcas como PayPal e o próprio Nubank.
Flavio foi ainda mais explícito ao questionar o que empresas como Apple, Uber, Waze, Facebook e WhatsApp têm em comum. A resposta? Todas revolucionaram os mercados em que atuam. Só que, para isso, elas arriscaram e erraram muito, algo praticamente impensável para uma instituição bancária tradicional, que não conta com muita margem para fracasso. É aí que entram as marcas novatas, que pensam e se movimentam de forma diferente e não têm um nome estabelecido para arriscar. “Uma empresa, para ser mais ágil, tem de ser menos apegada a hierarquia”, arriscou o executivo, citando um dos pontos mais críticos dentro das empresas tradicionais.

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